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Tireoide 

Obesidade

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No passado, criança gordinha era sinônimo de criança saudável.
Hoje, a obesidade infantil — como a adulta — é um problema de saúde pública.
A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas (entre elas, 8 tipos de câncer!!!)

Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente, uma geração que poderá viver menos e pior que seus pais. Não à toa, de acordo com Michele, o combate à obesidade foi alçado em prioridade para o governo, que aposta em ações de estímulo ao aleitamento materno, à prática de atividade física e à mudança de comportamento alimentar.

 

Quase metade (47,6%) das crianças brasileiras de 5 a 9 anos tem obesidade ou sobrepeso, de acordo com dados do IBGE.
Na faixa etária de 10 a 19 anos, um em cada quatro (26,45) está acima do peso.
Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso


Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes bacanas e ganhando açúcargordura e sódio desde muito cedo. Imagine que 32,5% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco ou mais vezes por semana.

Alimentação inadequada e sedentarismo são os principais vilões da obesidade infantil.
Em menos de 5% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o excesso de peso se deve a doenças endocrinológicas.

Para avaliar se crianças e adolescentes estão acima do peso, médicos se baseiam em um gráfico de índice de massa corpórea (IMC), método que divide o peso pela altura ao quadrado. A análise dos resultados, no entanto, é diferente daquela utilizada para adultos.

 

A criança é considerada com sobrepeso quando seu IMC está acima da média de 85% das crianças saudáveis da mesma idade. Já a obesidade é diagnosticada se o resultado ultrapassa 97% da representação.

A obesidade infantil pode causar nos pequenos problemas considerados de adultos, como diabetes, colesterol alto, insônia e hipertensão.

 

Como prevenir a obesidade infantil ?
 

1. Gravidez planejada: Um pré-natal adequado reflete no peso e na saúde da criança. Tabagismo, obesidade materna e diabetes gestacional estão ligados a quilos extras na infância.
Vários estudos já mostraram que a obesidade materna aumenta o risco da infantil. De acordo com um estudo, isso acontece porque a obesidade durante a gestação modifica permanentemente os mecanismos que regulam a energia e o metabolismo da criança — fazendo o pequeno ter mais apetite, por exemplo. Segundo a pesquisa, esses bebês têm mais risco de desenvolver obesidade nos anos seguintes.

 

2. Aleitamento materno: Estudos associam a amamentação à prevenção da obesidade infantil. A recomendação é seguir o aleitamento exclusivo até os 6 meses e com alimentação complementar até os 2 anos.

3. Cardápio bacana: As crianças devem consumir cinco porções de frutas e verduras todos os dias, assim como água à vontade. Reduza salgadinhos e biscoitos: comida feita em casa é sempre melhor.
Refrigerantes, sucos açucarados e junk food são alguns alimentos quase sempre presentes no cardápio das crianças obesas. Aos poucos, esses produtos devem ser substituídos por verduras, legumes e frutas. Oferecer alimentos saudáveis é um dos primeiros passos para que a criança não se torne obesa, mesmo que ela tenha predisposição genética para a doença.

Existem maneiras de inserir alimentos saudáveis na dieta sem a criança reclamar. As frutas podem ser colocadas inicialmente como sucos ou batidas com leite. Os vegetais podem ser acrescentados no feijão ou em um suflê. No entanto, de nada adianta oferecer essas comidas para a criança se os pais não derem o exemplo. Sem encontrar um motivo para ingerir esses alimentos, o pequeno vai recusar a dieta.

4. Remédio com critério: Isso vale sobretudo para antibióticos. Seu uso antes dos 2 anos e por mais de três ocasiões eleva em 25% o risco de obesidade mais à frente. Nada de medicar a criança sem orientação profissional.

 

5. Corpo em movimento: Criança tem que jogar bola, andar de bicicletapassear com o cachorro… Brincar ou praticar uma atividade física pelo menos uma hora todos os dias deve ser parte da rotina.
Trocar o passeio no shopping por uma ida ao parque já ajuda (e muito) a inserir a atividade física na rotina do filho. Também é importante estimular o filho a participar de aulas de esportes na escola ou em clubes. Estudos confirmam que pouca atividade física pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade infantil.

 

6. Bom senso nas telas: A SBP orienta não expor a criança à televisão, celular ou tablet antes dos 2 anos. Para crianças de 2 a 5 anos, a recomendação é de até 1 hora ao dia. Depois disso, a sugestão é passar no máximo duas horas por dia em frente a uma tela. (ATENÇÃO: tempo de tela = TV + celular + tablete + vídeo-game = computador SOMADOS nas 24 horas do dia)
A TV e o vídeo game são recursos utilizados pelos pais para distrair o filho. Muitas vezes, esse hábito vem acompanhado do de ingerir alimentos não saudáveis. Esse comportamento pode resultar em ganho de peso e obesidade. Em excesso, essas atividades também ocupam o tempo do esporte na rotina da criança. Segundo um estudo publicado no periódico "American Journal of Preventive Medicine", crianças que têm TV no quarto possuem mais risco de se tornarem obesas do que aquelas que não têm.

Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de televisão, um celular ou um tablet. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento fiquem em segundo plano.
Outro aspecto associado ao abuso das telas e ao próprio excesso de peso é a má qualidade do sono.

 

7. É hora de dormir: A privação de sono pode aumentar o apetite e a preferência por alimentos calóricos. Estabeleça horários e lembre-se de que a soneca do dia não compensa o repouso noturno.
Sem horários estabelecidos para dormir e acordar, muitas crianças descansam pouco ou mal, situação propícia a desregular hormônios que controlam a fome e a saciedade e o desenvolvimento do corpo.

 

 

8. Educar e inspirar: Exemplo e informação ajudam a forjar bons hábitos. Cultivar uma horta e convidar a criança a cozinhar junto permite criar uma relação mais equilibrada com a comida.

Uma criança inserida em um contexto familiar de prática de esportes, alimentação saudável e outros bons hábitos terá facilidade para se adaptar a esse modo de vida e manter distância da obesidade. Uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, confirmou que pessoas que têm muitos amigos ou parentes obesos possuem mais risco de desenvolver a doença, por associar a obesidade com naturalidade.

 

Não é incomum, nesse contexto, que na convivência diária pais e cuidadores deixem de notar que o pequeno está ganhando peso demais. Daí a necessidade de prestar atenção e acompanhar de perto com o pediatra. Até porque, uma vez instalada a obesidade, mais difícil fica reverter o quadro.

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